Não como, nem tenho como ganhar dinheiro
E aguento um pesado sonho de brasileiro
De meu, só tem eu no mundo, mundo contrário
E moro na roupa que não possuí armário
Parentes, não tenho, não
Amigo, eu não tenho cão
Meu único amor no mundo são as árvores
Só elas com segurança não me despresam
As flores morrem
Amores morrem
Mais hei de inventar a pinga do eterno porre
Quisera eu ser elegante, mais sou precário
Quisera eu ser malandro, mais sou otário
De amores, nem vou falar da minha amargura
Que o samba já tem uma própria literatura
Sou menos, já não sou mais
Não faço, mais tanto fáz
Meu único amor no mundo são as árvores
Só elas com segurança não me despresam
As águas secam
Virtudes pecam
As cercas meu grande medo, já não me cercam
Osvaldo Pereira (CEP 20000)
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2 comentários:
Nó véi... Tá foda...
Gostei muito deste.
Diz muito sobre o indizível,
Este é o caminho para um poema perfeito
(ou quase)
Valew meu brother
Está cada dia melhor!
Abraços
Clap, Clap, Clap, Clap, Clap, Clap...
É meu caro, essa merece palmas eternas e de pé, pois tua mensagem foi direta... a pura verdade é que nossos atos é que nos leva a solidão em meio a muitos, quase infinitos...
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