repente

escrivinhando a mente
vejo que de repente
do mundo fico ausente,
mais um passo a frente...

mais um bom dia ao sol

a madrugada inspira calada
a mente fica alada quando se ouve o nada
pode-se entender, escrever, reaver, esquecer, entorpecer
enlouquecer sem mesmo ser...
maldito cachorro que interrompe o silêncio
acorda a visinha que já foi minha mais agora dispenso
ela dá dois três gritos e enche o animal de puro bom senso
ao apagar a luz, faz charme e seduz, oculto eu penso:
- deve tá cansada, ... , pelada, ... ,danaaaaaaada...
do nada, volto a madrugada
os sinais abrem e fecham em vão
pois meu pensamento não tem cruzamento e não para nenhum momento a caminho da praia
deitado na areia o céu incendeia e o calor é de matar
próxima idéia: - o mar.

Salve o Baile Funk!!!

Acabaram com o baile funk, pois havia alegria.
E alegria não se compra, nem se perde todo dia.

Acabaram com o baile funk, pois havia rebeldia.
Na palavra do poeta, e no barulho que se ouvia.

Acabaram com o baile funk, pois a porrada comia.
Antônio perdeu Joana, e Pedro ganhou Maria.

Acabaram com o baile funk, com tamanha hipocrisia.
Tá todo mundo fazendo, do jeito que fazia.

Acabaram com o baile funk, tinha muito preto e branco.
Acabaram com o baile funk, porque tinha muita festa.
Acabaram com o baile funk, tinha muito pobre.
Acabaram com o baile funk, porque esse país não presta.

CEP 20000

As Árvores

Não como, nem tenho como ganhar dinheiro
E aguento um pesado sonho de brasileiro
De meu, só tem eu no mundo, mundo contrário
E moro na roupa que não possuí armário
Parentes, não tenho, não
Amigo, eu não tenho cão
Meu único amor no mundo são as árvores
Só elas com segurança não me despresam
As flores morrem
Amores morrem
Mais hei de inventar a pinga do eterno porre

Quisera eu ser elegante, mais sou precário
Quisera eu ser malandro, mais sou otário
De amores, nem vou falar da minha amargura
Que o samba já tem uma própria literatura
Sou menos, já não sou mais
Não faço, mais tanto fáz
Meu único amor no mundo são as árvores
Só elas com segurança não me despresam
As águas secam
Virtudes pecam
As cercas meu grande medo, já não me cercam

Osvaldo Pereira (CEP 20000)

A FLOR!!!

Ouvi dizer, que teu olhar ao ver a flor.
Não sei por que, achou ser de um outro rapaz.
Foi capaz, de se entregar.
Eu fiz de tudo pra ganhar você pra mim.
Mas mesmo assim...
Minha flor serviu pra que você achasse alguém.
Um outro alguém que me tomou o seu amor.
E eu fiz de tudo pra você perceber.
Que era eu...
Tua flor me deu alguém pra amar.
E quanto a mim?
Você assim e eu, por final sem meu lugar.
E eu tive tudo sem saber quem era eu...
Eu que nunca amei a ninguém.
Pude, então, enfim, amar...
Los Hermanos

Ansioso Anzol

No vasto e infinito horizonte.
No vão do tempo.
Onde a isca some dentre o mar.
Ansioso está o anzol!
E se o peixe não vem?
Quem é prisioneiro de quem?